sábado, 30 de abril de 2011

O cristão não é prisioneiro do destino, do acaso ou da sorte

A doutrina da providência divina como está delineada nas Escrituras, informa-nos de que Deus controla tudo e controla a todos de forma soberana. Ao afirmar isso, muitos compreendem erroneamente de que Ele passaria por cima da escolha humana, da liberdade que o homem tem de tomar decisões que poderão conformar-se à vontade divina ou ser-lhe francamente contrária.

Nada mais falso. O que esta doutrina nos ensina é que o Senhor do universo interage com aspectos diferentes de sua criação. De acordo com suas naturezas específicas. Nós e os anjos, criados com vontade própria, recebemos de Deus um tratamento diferenciado em relação às criaturas sem vontade ou da criação inanimada. O que precisamos de uma vez por todas entender é que Deus leva a efeito muitos de seus planos por meio do livre arbítrio humano.

O destino, o acaso ou a sorte simplesmente, do ponto de vista cristão, não são considerados. A doutrina da providência demonstra que Deus considera as ações humanas no mundo. E que Ele age por meio delas, a favor ou contra de acordo com Seus eternos propósitos e decretos. Deveremos igualmente entender que o Senhor criou um universo no qual Ele poderia interagir com a Sua criação. Não criou um universo autômato, que simplesmente realizaria aquilo que Ele já havia determinado eternamente. Esta relação de Deus e Sua criação, principalmente com os seres morais, homens e anjos, é algo que ensina muito sobre o caráter benigno do Senhor. Ele escolheu criar-nos com vontade própria mesmo sabendo de antemão de que o homem cairia no pecado e que descumpriria Sua vontade perfeita.

Nada acontece por acaso. Não existe o chamado "golpe de sorte". Nosso destino não está já antecipadamente traçado. O homem é um construtor. Ele tem autonomia, dada por Deus, para construir sua própria vida. Mas ao mesmo tempo, adverte-O de que ele é responsável por suas escolhas pessoais (Ec 11.9).

Sendo assim, nada melhor do que caminhar com Ele em uma parceria que só trará benefícios a nós e redundará em maior glória para Deus. Reconhecer o senhorio de Jesus Cristo, posto que após sua morte e ressurreição em favor de nossos pecados, Deus Pai o exaltou de forma absolutamente soberana, leiamos: "E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai" (Fp 2.8-11). Viver desta maneira é reconhecer que de fato o Senhor de todo o universo realmente tem poder para controlar nossas vidas e de conduzí-las, mas O fará somente em consonância conosco. Se crermos que Seu Filho ressuscitou do mortos para nossa justificação, se crermos que Jesus veio destruir o poder da morte e do diabo, se crermos que Ele, Jesus, veio nos proporcionar liberdade do cativeiro do pecado. Viver nesta fé em tudo o que o foi realizado por meio do Evangelho. O controle de Deus é suave sobre nós, não é forçado.

O que Deus realizou por meio de Cristo consistiu no cumprimento de um decreto divino. Decreto este de salvar a todos os que cressem na obra realizada na cruz do Calvário. Quem crer nesta obra realizada, de fato tem destino certo, a vida eterna. Quem não crer também tem o destino decretado, a morte eterna (Jo 3.16-18;36).

Assim, afirmamos novamente de que o homem não está destinado a ir para o inferno. Ou seja, somente porque alguém quis ou o próprio Deus. Este não manda ninguém para o tormento eterno (Ez 18.32; 2Pe 3.9) . Somos nós que escolhemos o nosso destino final. O homem não está de forma alguma preso a algum desígnio externo. Ele pode, como disse, construir um destino de felicidade plena e muita paz por meio da obra realizada por Jesus Cristo no tempo e no espaço.

Somos livres, não somos prisioneiros de forças obscuras. Graças a Deus por isso. Podemos escolher a quem queremos servir. Essa liberdade é dádiva de Deus, é graça do Senhor para nós. Que nossas escolhas portanto tenham como objetivo a glorificação de nosso Deus porque fomos criados originalmente para refletir essa glória.

O controle final de tudo está nas mãos soberanas de Deus. Mas mesmo assim, Ele não forçará ninguém a serví-Lo. Se o servirmos é por amor e voluntariamente. É porque fomos realmente tocados e alcançados por Sua maravilhosa graça. Mas esta pode ser resistida. Decididamente, não somos marionetes. Mas o Espírito de Deus continuará a trabalhar para que sejamos persuadidos de que estar sob o controle amoroso de nosso Senhor é incomparavelmente melhor do que sermos independentes e rebeldes ao seu jugo, que, como disse Jesus, é manso e suave (Mt 11.29,30). Há outro que quer sim, com força e violência, submeter-nos a seu jugo. Mas o Senhor Jesus Cristo já despojou de seu poderio ao mesmo e suas hostes de forma triunfal (Cl 2.15).

Pense nisso.

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