sexta-feira, 4 de março de 2011

A Igreja em sua missão profética


Entendemos pelas páginas do NT de que a Igreja de Jesus Cristo sobre a terra está imbuída de uma missão. Esta missão refere-se ao anúncio do Evangelho em sua plenitude. A Grande Comissão conforme preconiza Cristo (Mt 28; Mc 16; At 1.8) requer esforço e consciência de que o que se está fazendo nada mais é que uma missão de caráter profético.

Qualquer cristão individualmente, ou incluso em uma comunidade cristã, exerce esta missão profética pelo poder do Espírito Santo (At 8.25-40; 13.1-3). A proclamação das boas-novas sinaliza firmemente para a humanidade de que Deus em Cristo está reconciliando com Si mesmo o mundo (2 Co 5.19). Somos os embaixadores do Senhor Jesus (2 Co 5.20) de tal forma que representamos sim, neste mundo, os interesses de um Reino que jamais passará (Dn 7.14). Profeticamente, a comunidade dos seguidores de Jesus Cristo em todo o mundo marca presença de forma insofismável e inconfundível, sinalizando o Reino de Deus entre os homens.

É nosso dever contínuo viver nesta dimensão profética a fim de que muitos possam conhecer a Jesus. Ele mesmo disse, como encontramos magistralmente registrado no Evangelho de João de que é o caminho, a verdade e a vida (14.6). Disse igualmente que Ele é o pão da vida (6.35), a luz do mundo (8.12). Disse também de que Ele é a porta das ovelhas e de que é o bom Pastor (10.7-9;14) e finalmente, de que Ele é a ressurreição e a vida (11.25).

Portanto, nada menos do que isso temos na Pessoa bendita de nosso Salvador. Quando a Igreja anuncia-Lhe de forma correta e integral, o Nome de Deus é glorificado e Lhe agradamos pela disposição, pela voluntariedade e pelo amor em Lhe proclamar. A missão da Igreja no mundo de fato adquire um caráter profético, porque ela anuncia a mensagem de seu Senhor de forma integral e incorrupta. Infelizmente, muitos dos que se dizem cristãos, muitas comunidades que levam sobre si este Nome, anunciam de forma parcializada ou deformada o Evangelho. Não cumprem um ministério profético como deveria ser. Mas ainda assim, devemos levar em apreço as palavras do apóstolo Paulo, escrevendo ao crentes em Filipos, onde ele menciona os que anunciavam a Cristo por inveja e discórdia, no intuito de aumentar o sofrimento de Paulo, posto que encontrava-se preso. Para Paulo, o que importava era que o Nome de Cristo estava sendo pregado, muito embora alguns o fizessem com motivações outras que não fosse o legítimo amor ao Evangelho (Fp 1.15-18).

Mas a marca da verdadeira igreja, da verdadeira comunidade dos seguidores de Cristo Jesus é justamente a anunciação plena e profética da mensagem e dos conteúdos do Evangelho. A Igreja não está posta no mundo para envolver-se em conchavos políticos. A Igreja não foi constituída para envolver-se em causas outras, sejam de que espécie for a não ser pela causa única e singular do Evangelho. Se a Igreja envolver-se com outras coisas, ela perderá seu chamado profético. Se os cristãos de per si quiserem outros envolvimentos de forma prioritária neste mundo presente, deixarão de ser sal e luz no mundo como Jesus disse que todos seriam (Mt 5.13-16).

A Igreja em sua missão profética. Tema para estudarmos inúmeras vezes. Tema para nos levar a uma práxis que verdadeiramente demonstre a presença do Reino de Deus entre os homens (Lc 17.21).

Cremos firmemente de que se o Evangelho for anunciado com um caráter eminentemente profético, sinalizando verdadeiramente de que Deus tornou-se homem em Cristo e de que este morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia (1 Co 15.3,4) tudo isto segundo as Escrituras, muitos haverão de conhecer ao Senhor Jesus pela forma adequada da proclamação feita. Considera-se também o caráter profético da missão da Igreja de Cristo por causa da natureza da contracultura cristã. A ética do Reino de Deus em franca oposição à ética secular.

No AT o profeta era a pessoa devidamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Deus e em lugar de Deus. Sua função singular era de proclamar os oráculos divinos. Quem poderia ser profeta? Qualquer pessoa, desde que tivesse uma chamada divina específica. Por isso indagamos: Acaso não é exatamente assim que Deus determinou que a Igreja procedesse? Não está a Igreja do Senhor vocacionada e autorizada para falar os oráculos divinos? Porventura não possui a Igreja de Jesus Cristo uma chamada específica para ser a única e definitiva porta-voz do Senhor neste mundo?

É tempo de pensarmos nisto.

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