quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Extremistas norteamericanos e seu ódio desprezível


No primeiro sábado deste ano de 2011, um elemento atirou contra a deputada Gabrielle Giffords do Partido Democrata num estacionamento de supermercado em Tucson no estado americano do Arizona, ferindo-a gravemente na cabeça, matando seis pessoas, dentre elas uma menina de nove anos e deixando além da deputada, outras doze pessoas feridas.

Segundo Cristina Soreanu Pecequilo, "Motivações diversas, que perpassam o tecido social norte-americano, e que representam sentimentos de inadequação social, perda de lugar no mundo, medo da diferença, valorização da força, culto às armas e a paradoxal junção nacionalismo-antigoverno, permeiam mais este episódio. Seja na esfera política, como na social, a válvula de escape norte-americana é representada por eclosões periódicas de violência" Fonte: http://www.brasilianas.org/blog/sergio-jose-dias/tragedias-americanas-uma-analise-do-atentado-de-tucson

A autora expressou muito bem o espírito de muitos norteamericanos que não aceitam que seu tradicional modus vivendi seja questionado e muito menos modificado. Muitos desses cidadãos valorizam extremamente sua cultura, sendo nacionalistas e xenófobos em mais alto grau. Crêem que devem opor forte resistência a todos que queiram violar seus valores e o maior alvo de seu ódio contra os que querem inserir ou propor mudanças é o governo federal. A deputada Giffords era fortemente criticada pela oposição republicana (pertencem ao Partido Republicano todos estes radicais nacionalistas norteamericanos) porque suas ideias iam de encontro aos valores destes americanos ultraconservadores. Ela já havia sido ameaçada algumas vezes. Inclusive, ela divergia da política do estado do Arizona que resolveu endurecer contra os imigrantes ilegais tendo aprovado uma lei em 2010 para abordar, interrogar e deportar pessoas suspeitas de serem imigrantes ilegais.

Ainda segundo Pecequillo, "estas manifestações possuem a mesma raiz: a insatisfação dos que perpetram a violência com o que percebem como violações do modo de vida americano e que desejam a volta a um passado idealizado republicano no qual cada um era responsável por sua vida, segurança, educação e religião. A intervenção do Estado na vida do cidadão, as teorias conspiratórias que opõem o homem simples a um Executivo poderoso e onipresente, alimentam a polarização...".

O perigo que perpassa a sociedade americana como um todo está exatamente nestes elementos desequilibrados, eles são muitos, a referida autora cita três casos em anos anteriores que tiveram grande repercussão e que envolveram pessoas com um perfil de forte oposição ao governo federal como David Koresh em Waco, Texas, 1993, que liderava uma seita religiosa que se opunha às autoridades; Oklahoma City em 1995 atentado contra um prédio federal, atribuído a um opositor do governo, Timothy McVeigh, ligado a grupos fundamentalistas brancos; Columbine, 1999, quando Eric Harris e Dylan Klebold, que manifestavam ódio contra toda forma de autoridade, atiraram contra colegas estudantes e professores.

É assombroso constatar como periodicamente acontecem em território americano eventos macabros como estes em que um sujeito, portador de uma arma (nos EUA todos podem com facilidade adquirir e portar armas de fogo), invade locais públicos e atira contra pessoas sem nenhum pudor. Os Estados Unidos consideram ter muitos inimigos externos como a Al Qaeda, o Irã, a Coréia do Norte, etc, mas na realidade estão com muitos inimigos dentro de suas próprias fronteiras e que periodicamente manifestam todo o seu ódio represado contra governantes e governados como no caso de Tucson no dia 8 de janeiro.

O país que é exemplo de democracia e direitos humanos, que já teve uma pujante economia mas que dá sinais de decadência também neste aspecto, precisa rever urgentemente seus maiores e mais preciosos valores, posto que estão baseados na Palavra de Deus. Gerações de norteamericanos conviveram com um relativo consenso entre seus pares, em que pese mazelas como a escravidão e o racismo. Hoje, há fendas que se aprofundam no tecido social americano. E uma delas é o desprezível e abominável método de resolver as coisas através das armas, tirando a vida de tantos inocentes, homens, mulheres e crianças.

Mas, o que não deveremos deixar de mencionar é aquilo que não aparecerá na mídia: a indiferença espiritual para com Deus e Seus caminhos. Muitos norteamericanos dizem que crêem em Deus, que crêem na Bíblia e em Jesus Cristo, mas em verdade, não fazem o que o Senhor manda (Sl 50.16-22). Esta é a causa principal para o que vemos crescer a cada dia, um estado de tensão e de beligerância contra pessoas e intituições do governo e que tem desembocado em violência como muitos mortos e feridos em todas as faixas etárias e classes sociais.

Podemos orar pelos Estados Unidos, para que Deus dê um reavivamento para aquela tão grande e significativa nação. Que muito contribuiu em todos os aspectos para a humanidade, no passado e no presente, gerando admiração em tantos. Mas que também despertou ódio e hostilidade contra si por causa de ações imperialistas e equivocadas, também ontem e hoje de tal forma que em muitos lugares do mundo, se descobrirem que determinada pessoa que ali esteja é cidadã norteamericana, pode ser imediatamente hostilizada e morta.

Não somos antiamericanos. Mas também não idolatramos este admirável país. Preferimos ter uma postura de servos de Cristo, que oram, que intercedem, a fim de que muitos ali, que são extremistas e terroristas contra seu próprio país, contra seus próprios compatriotas, possam ouvir a verdade do Evangelho e entregarem-se a Cristo e possam seguir o que disse o apóstolo Paulo, "....vos afasteis dessas práticas inúteis e vos volteis para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo que há neles" (At 14.15b, Almeida Séc. 21).

Pensemos nisto e oremos pelos norteamericanos, amém!

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