quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A necessidade de prudência para que alguém seja batizado e admitido como membro na igreja


Ninguém duvida de que muitos que aceitam a Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador e desejam se batizar, o fazem na convicção de que verdadeiramente estão crendo na mensagem do Evangelho que lhes foi ministrada e operada pelo Espírito Santo em seu coração. Não somos Deus e, portanto, não podemos saber as reais motivações dos corações das pessoas. Entretanto, gostaria de refletir sobre a atitude de muitos pastores e igrejas que, baseando-se somente na passagem de Filipe e o eunuco em Atos 8.26-38, acham que se alguém, após ter aceitado a Jesus e pedir para ser batizado, deve sem maiores formalidades, ser batizado em águas e recebido como membro na igreja.

Como disse e repito, não temos como aquilatar o que se passa no interior do indivíduo. Se o que lhe motiva a descer às águas do batismo, é a genuína convicção proveniente do Espírito de Deus que levou-o a aceitar os conteúdos do Evangelho, ou se estamos diante de um farsante interesseiro, ou um iludido, ou até mesmo um lobo (At 20.29), desejoso de adentrar ao curral das ovelhas, para tentar arrebatá-las da mão do Supremo Pastor.

Por isso, defendo ardentemente a postura de se provar, de se testar a convicção de quem tenha aceitado a mensagem do Evangelho. De não permitir que alguém, após ter, supostamente se convertido ao Senhor Jesus, ser levado ao batismo em tão pouco tempo. Não suporto a ideia de que muitos tem vindo para nossas igrejas movidos por interesses outros, e não pelo mover genuíno do Espírito de Cristo no seu coração. Não acredito que a multidão de pessoas nas igrejas, nas variadas denominações evangélicas tenham uma genuína convicção de salvação. As igrejas estão inchadas de pessoas (muitas delas já batizadas) mas que na realidade não nasceram de novo.

Ah, mas muitos pastores que conheço poderão dizer: "Mas quem sou eu para negar o batismo a alguém que aceitou a Jesus? Se a pessoa pedir para ser batizada, eu consinto e depois vamos ensinando ela nos caminhos do Senhor." Não consigo conceber tal raciocínio.

Quem garante que ali não estará uma pessoa somente "convencida" e não verdadeiramente "convertida"? Se estiver apenas convencida, os pastores terão muito trabalho com ela. Se for convertida, ela procurará trabalhar para o Reino de Deus de forma genuína enquanto cresce o crescimento de Deus (1 Co 3.6,7).

Dizem os pastores que assim procedem que estarão ensinando a pessoa após o seu batismo. Ora, logicamente que o ensino, o discipulado, é algo imprescindível a todos os cristãos, não só aos novos convertidos. Mas é diferente na questão dos neo-conversos. O ideal é que a igreja pudesse submetê-los a um período de acompanhamento pessoal onde se pudesse observar in loco o testemunho daquele novo cristão. Esse acompanhamento seria feito por um cristão maduro, que soubesse discipular, que soubesse aconselhar e orientar, sendo supervisionado pelo pastor da congregação.

Também deveria ser estabelecido para o novo convertido estudos das doutrinas fundamentais da fé cristã. Logicamente, não seria um estudo exaustivo, mas substancioso o suficiente para esclarecer e assim permitir que o novo crente pudesse avaliar se realmente deseja seguir no caminho da fé e da renúncia pessoal no discipulado cristão.

Necessária se faz esta precaução. Têm se acentuado o pragmatismo dos pastores e igrejas, que desejam ver os templos cheios de pessoas que por sua vez, podem já ter se batizado logo assim que se "converteram". E é evidente que dentre esses há genuínas conversões a Jesus Cristo. Mas o perigo de se ter uma multidão nominal nos bancos de nossas igrejas encontra um precedente na história da Igreja a partir de Constantino.

Ele fez com que as perseguições aos cristãos terminassem através de um Édito de Tolerância ou Édito de Milão (313 d.C.). A partir desta época, o Cristianismo passa a ter um status privilegiado. E populações inteiras passam a ser declaradas cristãs. As distinções entre um crente e um não-crente, que eram tão claras nos primeiros 200 anos da fé cristã, foram bastante obscurecidas. Agora, reino, igreja e estado haviam-se fundido. Bastava alguém nascer neste contexto para ser tido como um seguidor de Cristo.

A Igreja deste tempo, que num lento processo deu origem à Igreja Católica Romana, foi então acrescentada de muitas pessoas sem terem se convertido verdadeiramente a Cristo. Tornar-se membro tornou-se algo vulgar e fútil. Qualquer um que desejasse, poderia descer às águas batismais sem nenhum empecilho. Ed Hayes, em seu excelente livro A Igreja - O Corpo de Cristo no mundo de hoje (Editora Hagnos), ensina que quatro devem ser os requisitos para admitir-se alguém como membro: 1. Um coração regenerado; 2. Uma confissão de fé verossímil; 3. O batismo voluntário em obediência a Cristo; 4. Uma vida cristã exemplar. Ele acrescenta ainda que a conversão dos pecadores é essencial para assegurar uma membresia convertida na igreja e de que essa membresia regenerada é essencial se a igreja quiser manter a sua pureza.

Justo Gonzalez, historiador cristão, nos conta que só quem havia sido batizado podia estar presente durante a comunhão, ou seja, a Ceia do Senhor. Gonzalez explica que na primitiva comunidade cristã, tão logo alguém cria era batizado e isto era possibilitado porque a maioria dos conversos vinha do Judaísmo e já possuía um fundamento para compreender o Evangelho. Porém, à medida que mais gentios foram sendo convertidos, tornou-se imperioso um período de preparo e prova antes da ministração do batismo. Ainda segundo Gonzalez, este período durava aproximadamente três anos nos princípios do século terceiro d. C. Durante este período, o catecúmeno (palavra grega que designava o aprendiz da fé cristã, aquele que recebia a catequese, ou seja, que era instruído à viva voz, para distinguir-se daquele ensino realizado sozinho através dos livros, a catequese sempre era feita com um instrutor) recebia instrução acerca da doutrina cristã, e tratava de dar mostras em sua vida diária da firmeza de sua fé.

Finalmente, um pouco antes de seu batismo, segundo Gonzalez, era examinado, às vezes em companhia de seus padrinhos, e era admitido na classe dos que estavam prontos para ser batizados. Em geral, o batismo no período apostólico e pós-apostólico, era ministrado uma vez ao ano, na Páscoa, no Domingo da Ressurreição ainda que logo e que por diversas outras razões, começasse a ser administrado em outras ocasiões. Em princípios do século terceiro, os que estavam prontos para serem batizados, jejuavam durante a sexta e sábado, e seu batismo tinha lugar na madrugada de domingo, como na ressurreição do Senhor.

Este precedente histórico deveria fazer nossos líderes condescendentes de hoje pensarem a respeito e considerarem o que estão fazendo. Estão vulgarizando algo que deveria ser feito com restrições a fim de se assegurar minimamente de que alguém que esteja descendo às águas batismais seja legitimamente convertido a Jesus Cristo. Nossa época é mesmo de afrouxamento de padrões. Acredito piamente de que agrada a Deus a postura da liderança em submeter os neo-convertidos a um período de preparo e prova. Não vou declinar sobre o tempo para exercer esta disciplina, mas note que o indispensável é que o novo crente dê provas reais de sua profissão de fé e que seja submetido ao ensinamento, à instrução na nova fé para que ao submeter-se às águas batismais, seja de forma absolutamente voluntária e consciente.

Sabemos que Deus é o único que julga nossos corações. O único que sabe de nossas motivações ocultas. Mas é necessário exercer o discernimento para que possamos nos assegurar de que somente crentes cujos pecados foram perdoados e podem em sã consciência dar um testemunho de sua fé, façam parte da Igreja de Cristo.

O batismo é uma confissão pública de nossa fé em Jesus. É uma das ordenanças do Senhor, juntamente com a ceia. Algo belo e de muita responsabilidade. Proclama nossa identidade com Cristo de forma aberta e visível. Convém pois que os marcos que muitos estão retirando nos dias de hoje, sejam recolocados para o bem da Igreja, que é o Corpo de Cristo. Está escrito no profeta Malaquias: "Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve" (3.18). Por causa deste descuido em admitir de qualquer forma o novo cristão em ser batizado, o mundanismo cresce nas igrejas a cada dia. Até mesmo a ceia do Senhor nestes lugares está perdendo também seu caráter distintivo e exclusivista, porque qualquer um que estiver em um dos cultos em que se estiver celebrando esta ordenança, qualquer um que não conheça a Jesus, pode participar do pão e do vinho. Ora irmãos, pão e vinho falam de comunhão dos salvos com o seu Senhor. É algo exclusivo, assim como a salvação. Ela se dá exclusivamente pela fé em Jesus Cristo e em mais ninguém (Jo 14.6). Na igreja primitiva, no momento da ceia do Senhor, aqueles que ainda não tinham feito profissão de fé em Cristo, eram convidados a se retirar. E nem por causa disso, a igreja deixou de crescer por causa desta restrição, que pode parecer antipática a princípio, mas demonstra claramente as distinções que deve haver entre o santo e o profano (2 Co 6.14-18).

Por tudo isso te conclamo: Pense nisso!




quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A dura sina das mães solteiras

Quero com muito carinho, consideração e conhecimento de causa, refletir sobre as mães solteiras. O que me leva a escrever sobre este tema é a situação que muitas ficam após a desilusão amorosa ou qualquer motivo que seja que as levaram a permanecer sozinhas sem seu companheiro. Por outro lado, disse que tinha conhecimento de causa. Sim, pois, eu mesmo sou filho de mãe solteira.

Portanto, sei um pouco por experiência pessoal o que significa ser criado sem pai. De ver uma mãe trabalhar todos os dias para dar de comer ao filho pequeno. Em meu caso, e ainda bem, a minha mãe trabalhava em casa mesmo, pois era cabeleireira, sendo que meu pai ajudou-a a montar seu salão, comprando o que era necessário para este empreendimento. Com isto, penso que compensou um pouco o fato de a ter enganado, mentindo sobre seu estado civil, ou seja, declarando que era solteiro quando a conheceu.

As mães solteiras sofrem duplamente. Primeiro, sentimentalmente. A fragilidade da alma feminina é notória. A Bíblia mesma afirma isso (1 Pe 3.7). Todo homem deveria ter isso em alta consideração. A mãe solteira não encontra o suporte emocional necessário diante do fato de que estará só a criar o filho, fruto do relacionamento que faliu. Em segundo lugar, economicamente. Muitas realmente ficam na rua da armargura, no que tange aos meios para sustentar-se e a seu filho. Então, como usualmente acontece, ela precisa atirar-se ao mercado de trabalho, muitas vezes sem ter uma profissão ou com os estudos incompletos, e aí estará trabalhando muito, com jornadas extensas e com uma remuneração indigna. Enquanto isso, a criança estará sendo criada por outras pessoas, quando o ideal seria em uma família funcional, pai e mãe, numa harmonia realizável (eu disse harmonia, não disse perfeição, pois somos pecadores) conforme o desejo de Deus (Gn 1.26-28; 2.24).

Claro que muitas mulheres nesta condição conseguem sobressair-se e superar a dor de estarem sozinhas com um filho pequeno. Com muito esforço, podem galgar posições profissionais melhores e criar muito bem a seu filho. Mas meu foco está direcionado para aquela que sofre muito nesta condição. De sofrer todos os dias pela falta de um companheiro ideal, de um marido exemplar e amargurar por ter se entregado a alguém que somente a enganou, que a despojou em seus sentimentos. Que usou-a e depois, como um material descartável, lançou-a fora impiedosamente.

Em minha história pessoal, creio que minha mãe sofreu em seu próprio físico os impactos do que venho descrevendo. Nasci quando ela tinha 32 anos. Morreu aos 40. Câncer nos ovários com metástase. Como tinha oito anos na época, não pude discernir porque partira tão jovem. Hoje, acredito que a doença que a matou foi consequência dos sentimentos negativos que certamente guardou em relação ao meu pai. Soube que ela, ao descobrir que ele era casado, quase conseguiu jogar sobre ele uma panela de água fervente. Sendo assim, creio que guardou rancor e ira durante o decorrer dos anos que culminaram na debilitação de seu sistema imunológico e que originou o câncer mortal.

Sei que é difícil falar para mulheres que assim como minha mãe, foram enganadas, foram abusadas de alguma forma. Sei que dizer que deve perdoar e tocar sua vida é muito fácil. O duro é que muitas não superam a realidade da dor e caem na prostituição ou nas drogas, o que é ainda pior, porque não terão condições morais e nem saúde para criarem o filho ou filhos que geraram. Mas elas devem manter a dignidade e romper o elo do desespero e lutar para superar a decepção e criar a criança que deve ser protegida e amada acima de tudo.

Deus vela por todos. Ele olha para os necessitados. Sua Palavra afiança isso de forma clara. Deus orienta taxativamente os israelitas no texto de Ex 22.16: "Se alguém seduzir uma virgem ainda não comprometida, e deitar-se com ela, terá de pagar pelo dote e torná-la sua mulher" (Almeida Séc. 21). Ou seja, era uma ordenança divina que protegia a mulher em casos que são tão comuns nos dias de hoje. A ordem de Deus chamava o homem israelita à sua responsabilidade para que assumisse a consequência plena de seus atos. A exceção estava no verso seguinte, onde é dito que se o pai daquela jovem se recusasse a entregá-la aquele homem, este deveria pagar em prata o dote das virgens, ou seja, indenizar monetariamente a família da jovem pelo seu ato.

Por isso é que a Palavra de Deus orienta de forma tão clara sobre a família ideal. Onde um homem ame sua mulher e esta a seu marido. Que gerem filhos e sejam criados e educados segundo os mandamentos de Deus (Dt 6). Mas muitos ainda não se apropriaram desta receita de vida plena para a família e continuam a desastrosamente experimentar situações que os levarão a tristezas, amarguras e decepções.

Se você, que é mãe solteira e entende que esta palavra breve é para você mesma, tome posse pela fé do que Deus tem para ti. Saiba que acima de tudo, Ele te ama. E deseja te abençoar grandemente. Se você ainda não se rendeu aos pés de Jesus Cristo, faça isso ainda hoje. Porque não importa o que tenha acontecido, os relacionamentos errados que tenham sugado o seu emocional, saiba que Deus ainda espera você de braços abertos. Há perdão em Deus. Ele é um Pai amoroso e jamais negará bem algum aos que andarem em retidão (Sl 84.11).

Pense nisso e seja feliz pela graça de Deus.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Calamidade na serra carioca, reflexões


Estamos diante de uma das maiores catástrofes naturais de nossa história. Que eu tenha notícia, não consigo lembrar de nenhum outro evento natural que tenha trazido tanta destruição, tanta miséria e tanta tristeza aos brasileiros. Estamos estarrecidos com o poder de destruição que os elementos naturais podem trazer sobre a terra. O volume de chuvas que se abateu sobre o estado do Rio de Janeiro, foi tão grande que contribuiu para um enorme deslocamento de terra por meio das avalanches e soterrou casas e trechos das cidades, além dos rios que aumentaram sua vazão, saindo de seus leitos e também matando, ferindo e desabrigando muitas pessoas.

A Região Serrana do Rio de Janeiro com suas três principais e maiores cidades, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo foi castigada de forma intensa pelos temporais. Dessas três cidades, reputo como a mais atingida, a que mais teve sua região urbana desfigurada, a cidade de Nova Friburgo. A lama tomou conta de tudo. A cidade, de colonização suíça e alemã, atraente e bonita, com um clima agradável, está irreconhecível. A população de Nova Friburgo em sua maior concentração, não está no centro da cidade, mas sim nos bairros. E muitas dessas pessoas estão isoladas devido à interrupção das estradas por deslizamentos de terra, árvores e detritos.

Comentamos em postagens anteriores sobre estes fenômenos catastróficos da natureza e que causam tantos prejuízos de vidas e materiais. Por falta de planejamento na ocupação da área urbana, muitos hoje estão sem suas casas, por conta dos deslizamentos que ocorreram. Não se tem feito um planejamento adequado para a ocupação de determinadas áreas, some-se a isso a dificuldade econômica que muitos possuem para adquirir um terreno e construir sua casa em local seguro, além dos custos da construção, e temos aí uma situação que se perpetua em muitos lugares do Brasil.

Ano passado ocorreram as calamidades de Angra dos Reis, em Niterói e na região metropolitana de São Paulo. Em todas elas está evidenciada a falta de planejamento urbano. A falta de compromisso das autoridades em fazer com que o perímetro urbano seja ocupado de forma racional e sustentável.

É fácil dizer aos quatro ventos, como muitos cristãos fazem, de que tudo isto é castigo de Deus, por causa da pecaminosidade humana. Concordo em parte. Senão vejamos: Jesus mesmo disse sobre os acontecimentos que antecederiam sua segunda vinda e nestes estão inclusos catástrofes naturais (Mt 24; Lc 21). Porém, não se pode esquecer que estas catástrofes podem acontecer pela irresponsabilidade humana, pela falta de planejamento como dissemos acima. Mas dizer que Deus está simplesmente punindo, está mandando chuva para arrebentar com todo mundo, é desconhecer o amor daquele que disse, "eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10.10).

Logicamente que o Juiz de toda a terra punirá o pecador. A Bíblia deixa clara esta verdade. E para alguns, a punição para o pecado pode de fato vir antecipadamente como lemos em 1Tm 5.24, ou, como diz este mesmo texto, pode vir depois. Em Eclesiastes, Salomão escreveu assim: "Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal. Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temem diante dele. Porém o ímpio não irá bem, e ele não prolongará seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus" (Ec 8.11-13).

Estou neste momento ponderando sobre este tema, a punição dos pecadores, porque a primeira coisa que vem à nossa cabeça é sobre o juízo de Deus sobre os ímpios. Claro está que o pecado não ficará impune. Mas evidente está igualmente de que Deus tem prazer na misericórdia. Neste exato instante, todos os filhos de Deus, todos os que Lhe servem, que tem um compromisso com a verdade do Evangelho, podem exercitar a misericórdia de várias maneiras para os flagelados dessa calamidade.

A grande verdade é que, para esta hora, a ênfase é esta: tempo de exercitar misericórdia! Este é o ideal. Este é o foco. Ficar cogitando, como muitos fazem, "mas porque Deus permitiu que tal coisa acontecesse?" esta pergunta é indevida para nós. A pergunta certa é "de que forma posso contribuir para minorar o sofrimento de tantos? Como posso ajudar?" Este deve ser o nosso alvo supremo.

Mantenho outro blog, o Blog do Discípulo, e estou escrevendo um estudo semanal sobre o discípulo e a aplicação diária da cruz. E hoje falei o segundo aspecto que é exatamente a misericórdia. Esta é a senha do cristão para estes dias. Misericórdia. Pelos órfãos, pelos feridos, pelos desabrigados, pelos famintos. Misericórdia, misericórdia.

Pelo volume de chuvas, pela intensidade de avalanches de terra e lama na região e pela destruição consequente, realmente estes acontecimentos desta semana estão reputados como o maior desastre natural já ocorrido em nosso país. Prejuízos em vidas humanas perdidas, em feridos, desabrigados, órfãos e famintos. O QUE EU E VOCÊ PODEMOS FAZER PARA EXERCITAR A MISERICÓRDIA NESTA HORA?

A Deus seja dada toda honra e toda a glória. Nosso Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo é digno de toda nossa adoração. Ele sabe todas as coisas. Tudo lhe está sujeito. Nada foge ao seu domínio. Todas as coisas estão debaixo de Seu soberano controle. Sendo assim, devemos ter a atitude corretíssima do patriarca Jó, que diante da calamidade que acabara de se abater sobre ele, morte de filhos e perdas materiais, disse: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor" (Jó 1.21). E ainda depois, quando Deus permitiu que Satanás tocasse nele, ainda assim, embora instigado por sua mulher para que amaldiçoasse a Deus, Jó não pecou e disse sem titubear: "Como qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberemos o mal?" (Jó 2.10). E o texto ainda diz que em tudo isso, Jó não pecou com os seu lábios.

Portanto, convencido estou pela Palavra de Deus, que tudo acontece segundo os desígnios divinos. A nós não cabe questionar o que Deus faz ou deixa de fazer. Mas sim, detectar o que se passa diante de nós e agir de maneira adequada. Como crentes em Jesus precisamos ter este discernimento. Senão, sempre estaremos a cogitar qual será a próxima calamidade que Deus enviará sobre a terra para punir este bando de gente que não quer ouvir a mensagem do Evangelho que todos os dias pregamos de várias formas.

Se você lê a Bíblia, deve saber que haverá um período futuro na história humana onde o Senhor enviará de forma intensa e contínua vários juízos sobre a terra. Será no período da Grande Tribulação onde a terra estará sob o governo do Anticristo. E o que é interessante, é que os textos em Apocalipse que demonstram estes acontecimentos futuros, falam igualmente que, mesmo assim, no dia da ira de Deus (Ap 6.17) o homem, se quiser, poderá arrepender-se de seus pecados e converter-se ao Senhor. Ou seja, mesmo em meio ao juízo, Deus exercerá sua inigualável e inexplicável misericórdia (Ap 9.20,21; 16.9,11,21). E haverá também, o dia do Juízo Final, onde, ali sim, a sentença já estará lavrada, não haverá então mais espaço para arrependimento, para considerações sobre uma vida vivida sob o signo do pecado. Ali o Senhor, infalivelmente, condenará todos os ímpios de todas as épocas e lugares e todas as classes sociais ao Lago de Fogo, preparado para o diabo e seus anjos (Ap 20.11-15).

Deus então nesta hora, nos convida para que vivamos de maneira sábia e de acordo com Sua vontade. Deixemos então de lado tolas especulações e nos concentremos no que é realmente importante. Fazer as obras que Deus preparou para nós realizarmos conforme Ef 2.10: "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas."

Amado irmão e servo de Cristo, pense nisto!






quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Extremistas norteamericanos e seu ódio desprezível


No primeiro sábado deste ano de 2011, um elemento atirou contra a deputada Gabrielle Giffords do Partido Democrata num estacionamento de supermercado em Tucson no estado americano do Arizona, ferindo-a gravemente na cabeça, matando seis pessoas, dentre elas uma menina de nove anos e deixando além da deputada, outras doze pessoas feridas.

Segundo Cristina Soreanu Pecequilo, "Motivações diversas, que perpassam o tecido social norte-americano, e que representam sentimentos de inadequação social, perda de lugar no mundo, medo da diferença, valorização da força, culto às armas e a paradoxal junção nacionalismo-antigoverno, permeiam mais este episódio. Seja na esfera política, como na social, a válvula de escape norte-americana é representada por eclosões periódicas de violência" Fonte: http://www.brasilianas.org/blog/sergio-jose-dias/tragedias-americanas-uma-analise-do-atentado-de-tucson

A autora expressou muito bem o espírito de muitos norteamericanos que não aceitam que seu tradicional modus vivendi seja questionado e muito menos modificado. Muitos desses cidadãos valorizam extremamente sua cultura, sendo nacionalistas e xenófobos em mais alto grau. Crêem que devem opor forte resistência a todos que queiram violar seus valores e o maior alvo de seu ódio contra os que querem inserir ou propor mudanças é o governo federal. A deputada Giffords era fortemente criticada pela oposição republicana (pertencem ao Partido Republicano todos estes radicais nacionalistas norteamericanos) porque suas ideias iam de encontro aos valores destes americanos ultraconservadores. Ela já havia sido ameaçada algumas vezes. Inclusive, ela divergia da política do estado do Arizona que resolveu endurecer contra os imigrantes ilegais tendo aprovado uma lei em 2010 para abordar, interrogar e deportar pessoas suspeitas de serem imigrantes ilegais.

Ainda segundo Pecequillo, "estas manifestações possuem a mesma raiz: a insatisfação dos que perpetram a violência com o que percebem como violações do modo de vida americano e que desejam a volta a um passado idealizado republicano no qual cada um era responsável por sua vida, segurança, educação e religião. A intervenção do Estado na vida do cidadão, as teorias conspiratórias que opõem o homem simples a um Executivo poderoso e onipresente, alimentam a polarização...".

O perigo que perpassa a sociedade americana como um todo está exatamente nestes elementos desequilibrados, eles são muitos, a referida autora cita três casos em anos anteriores que tiveram grande repercussão e que envolveram pessoas com um perfil de forte oposição ao governo federal como David Koresh em Waco, Texas, 1993, que liderava uma seita religiosa que se opunha às autoridades; Oklahoma City em 1995 atentado contra um prédio federal, atribuído a um opositor do governo, Timothy McVeigh, ligado a grupos fundamentalistas brancos; Columbine, 1999, quando Eric Harris e Dylan Klebold, que manifestavam ódio contra toda forma de autoridade, atiraram contra colegas estudantes e professores.

É assombroso constatar como periodicamente acontecem em território americano eventos macabros como estes em que um sujeito, portador de uma arma (nos EUA todos podem com facilidade adquirir e portar armas de fogo), invade locais públicos e atira contra pessoas sem nenhum pudor. Os Estados Unidos consideram ter muitos inimigos externos como a Al Qaeda, o Irã, a Coréia do Norte, etc, mas na realidade estão com muitos inimigos dentro de suas próprias fronteiras e que periodicamente manifestam todo o seu ódio represado contra governantes e governados como no caso de Tucson no dia 8 de janeiro.

O país que é exemplo de democracia e direitos humanos, que já teve uma pujante economia mas que dá sinais de decadência também neste aspecto, precisa rever urgentemente seus maiores e mais preciosos valores, posto que estão baseados na Palavra de Deus. Gerações de norteamericanos conviveram com um relativo consenso entre seus pares, em que pese mazelas como a escravidão e o racismo. Hoje, há fendas que se aprofundam no tecido social americano. E uma delas é o desprezível e abominável método de resolver as coisas através das armas, tirando a vida de tantos inocentes, homens, mulheres e crianças.

Mas, o que não deveremos deixar de mencionar é aquilo que não aparecerá na mídia: a indiferença espiritual para com Deus e Seus caminhos. Muitos norteamericanos dizem que crêem em Deus, que crêem na Bíblia e em Jesus Cristo, mas em verdade, não fazem o que o Senhor manda (Sl 50.16-22). Esta é a causa principal para o que vemos crescer a cada dia, um estado de tensão e de beligerância contra pessoas e intituições do governo e que tem desembocado em violência como muitos mortos e feridos em todas as faixas etárias e classes sociais.

Podemos orar pelos Estados Unidos, para que Deus dê um reavivamento para aquela tão grande e significativa nação. Que muito contribuiu em todos os aspectos para a humanidade, no passado e no presente, gerando admiração em tantos. Mas que também despertou ódio e hostilidade contra si por causa de ações imperialistas e equivocadas, também ontem e hoje de tal forma que em muitos lugares do mundo, se descobrirem que determinada pessoa que ali esteja é cidadã norteamericana, pode ser imediatamente hostilizada e morta.

Não somos antiamericanos. Mas também não idolatramos este admirável país. Preferimos ter uma postura de servos de Cristo, que oram, que intercedem, a fim de que muitos ali, que são extremistas e terroristas contra seu próprio país, contra seus próprios compatriotas, possam ouvir a verdade do Evangelho e entregarem-se a Cristo e possam seguir o que disse o apóstolo Paulo, "....vos afasteis dessas práticas inúteis e vos volteis para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo que há neles" (At 14.15b, Almeida Séc. 21).

Pensemos nisto e oremos pelos norteamericanos, amém!

domingo, 9 de janeiro de 2011

As visões religiosas do mundo e a missão cristã


É notório que existam três principais visões religiosas em nosso mundo, teísmo, panteísmo e ateísmo. No teísmo, compreende-se que Deus fez tudo o que existe. No panteísmo, Deus é tudo o que existe, e no ateísmo não se crê na existência de um Deus pessoal.

Nós, teístas e cristãos, temos bem firmada a convicção de que existe um Deus que é pessoal e que criou tudo o mais o que existe. Ele é infinito e pessoal (triúno), transcendente e imanente, onisciente, soberano e bom. As implicações e desdobramentos de cada uma dessas proposições, nos proporcionarão um quadro seguro, conforme o ensino da revelação de Deus, a Bíblia Sagrada, de um Ser Todo-Poderoso que com sabedoria, do nada trouxe à existência todas as coisas (Hb 11.3), e em especial ao homem de acordo com Sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26).

Aqueles que professam a visão religiosa do panteísmo (como os hindus, alguns budistas e a Nova Era), descartam a pessoalidade de Deus, pois acreditam que Deus é tudo o que existe. Deus é o cosmo, Deus é tudo, nada existe que não seja Deus. Não existe distinção alguma entre os componentes do universo, este é Deus e Deus é cada componente deste universo. Ele não é diferente ou separado do universo. Deus é tudo quanto existe e tudo quanto existe é Deus.

Para os ateístas, não existe nenhum tipo de Deus. Pessoal ou impessoal, para eles, o universo sempre existiu. Não foi obra de um Criador pessoal. A matéria existe eternamente e é tudo o que existe. Deus não existe. O universo é um sistema fechado, não estando aberto para nenhuma intervenção externa, ou um Ser transcendente pois não existe nenhum ser desta natureza. Acreditam que nada vem do nada pois alguma coisa existe. E consideram que isto que sempre existiu não é o Criador transcendente, mas a própria matéria do cosmo. A matéria sempre existiu.

Este pequeno resumo das três principais visões religiosas do mundo, deveria levar-nos a refletir sobre o estado da humanidade. Quantos seriam os seres humanos que se professam teístas? Quantos se encaixam na visão panteísta? E quanto aos ateus, seriam muitos hoje?

Para a fé cristã, em sua missão de levar o Evangelho a todas as pessoas dentre todas as etnias, conhecer a cosmovisão de um indivíduo ou de um povo inteiro, pode ser a chave para uma evangelização mais eficaz. Mesmo dentre aqueles que, como nós, professam a crença monoteísta em um Deus pessoal e único como os judeus e os muçulmanos, deve-se pensar em como alcançá-los com o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo. Os judeus não aceitam a divindade e a messianidade de Yeshua (Jesus), continuam aguardando o advento do messias de Israel. Os muçulmanos por sua vez, também não acreditam de Jesus seja o Filho de Deus e de que tenha ressuscitado dentre os mortos. Acreditam que Jesus foi um profeta mas não tão grande como Maomé.

Se dentro da visão religiosa teísta existem estes desafios (isto para não mencionar o nominalismo, isto é, aqueles que se dizem cristãos, mas não experimentaram a realidade do novo nascimento, ou se assim aconteceu, vivem de maneira aquém do que preconiza a Palavra de Deus), que dirá dos outros dois grupos que mencionamos, os panteístas e os ateus. Os panteístas nestes últimos quarenta anos, aumentaram grandemente seu contigente, por causa da Nova Era, que não chega a ser uma religião organizada, mas é um grande guarda-chuva de ideias místicas e filosofias orientais. A visão de mundo hindu, por exemplo, invade nossas ruas e cidades através de movimentos como os Hare-Krishnas ou através da prática da Yoga que é totalmente assentada sobre a base da visão de mundo panteísta dos hindus.

Quanto aos ateus, diríamos que têm se organizado através de um recrudescente fundamentalismo por meio de seus ardorosos defensores como Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris e outros. Através de seus livros (Deus, um Delírio, A Ideia Perigosa de Darwin, A Morte da Fé) estes autores procuram denegrir a visão de mundo teísta e principalmente a fé cristã evangélica. Afirmam sem rodeios de que sua visão de mundo é a correta e que crer em Deus é pernicioso, é anti racional. Dizem que a ciência refutou as ideias teístas e que as religiões por si só são maléficas para a humanidade.

Não declinaremos com mais profundidade sobre os desdobramentos desta forma de pensar, mas queremos chamar a atenção com esta reflexão sobre a grande necessidade que a Igreja de Cristo têm de refletir profundamente sobre sua missão no mundo e o estudo destas visões religiosas com mais inteireza a fim de que possa desempenhar melhor seu trabalho na seara do Senhor. A batalha da fé se dá fundamentalmente no campo das ideias. O apóstolo Paulo declinou com bastante propriedade sobre isto ao dizer em 2 Co 10.4,5: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas, destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo."

A missão cristã no mundo sofre porque muitas vezes não há uma reflexão na Igreja ou entre os cristãos sobre como aqueles que não conhecem a Jesus Cristo pensam. É importante, é relevante entender o pensamento deles a fim de que o Evangelho seja apresentado com mais acuidade. Isto é fundamental, uma compreensão mais competente e profunda de como os povos sem Cristo pensam, de como é sua visão de mundo particular.

O desejo de Deus é de que Seus filhos se equipem de Seu Espírito mas também que busquem o conhecimento em geral para poderem ministrar a este mundo sobre a verdade do Evangelho. Abaixo portanto o antiintelectualismo de tantos na comunidade cristã que insistem que o crente não precisa estudar, de que deve ler somente a Bíblia (e quando a lêem de fato), não sendo necessário nenhum outro tipo de literatura ou estudo complementar.

Que possamos estudar com afinco as ciências humanas para podermos ministrar mais eficazmente a este mundo. Que conheçamos muito melhor a forma de pensar das pessoas no mundo pelas quais Cristo morreu. Que o povo de Deus não seja alienado. Alienados já bastam os que não conhecem a Jesus.

Cristão amado, pense nisto!


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A suave escravidão da moda


As mulheres precisam andar na moda! Quem já não ouviu, ou pronunciou esta frase? Nos dias de hoje há uma preocupação demasiada com a aparência exterior. Esta torna-se a prioridade de vida de muitas mulheres. Precisam estar constantemente "antenadas" com as últimas tendências de roupas, calçados, penteados, cosméticos e acessórios. Temem ser taxadas de "cafonas" se não acompanharem os últimos lançamentos do mundo "fashion". Mas isto não soa estranho à nossa consciência cristã?

Sim, porque a Palavra de Deus ensina que a ênfase da mulher cristã (e o homem também) deve recair sobre a aparência interior. Observe o que dizem os textos de 1Tm 2.9,10: "Do mesmo modo, quero que as mulheres se vistam com decência, modéstia e discrição, não com tranças, nem com ouro ou pérolas, nem com vestidos caríssimos, mas que se vistam de boas obras, como convém a mulheres que afirmam servir a Deus" (Almeida Séc. 21) e também 1Pe 3.3,4: "O que vos torna belas não deve ser o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, as jóias de ouro ou o luxo dos vestidos, mas sim o íntimo do coração, com um espírito gentil e tranquilo, que não perece e tem muito valor diante de Deus" (Almeida Séc. 21).

Os apóstolos Paulo e Pedro, da parte do Espírito Santo, ensinam a verdadeira prioridade: o enfeite interior, a edificação do caráter, a beleza de uma consciência pura, o temor a Deus no coração. Estas são as melhores "roupas" que o homem e a mulher de Deus devem trajar. Em Efésios, Paulo diz: "Se é que de fato o ouvistes, nele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus, a vos despir do velho homem, do vosso procedimento anterior que se corrompe pelos desejos maus e enganadores e a vos renovar no espírito da vossa mente, e a vos revestir do novo homem, criado segundo Deus em verdadeira justiça e santidade" (4.21-24, Almeida Séc. 21) e igualmente em Colossenses 3.12-14: "Então, como santos e amados eleitos de Deus, revesti-vos de um coração cheio de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando e perdoando uns aos outros; se alguém tiver alguma queixa contra o outro, assim como o Senhor vos perdoou, também fazei. E, acima de tudo, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição" (Almeida Séc. 21).

Note que o ser humano estava "vestido" com a indumentária do pecado, mas agora lhe é ordenado para que seja "revestido" (vestido de novo, uma nova roupagem) com o caráter e os atributos existentes em Jesus Cristo, nossa referência e nosso supremo padrão. Justiça, santidade, misericórdia, compaixão, benignidade, humildade, mansidão, longanimidade (paciência), perdão, amor. Isto vai em rota de colisão ao padrão mundano que incentiva e estimula como prioridade à beleza exterior. A mulher e o homem de Deus são chamados para que tenham uma bela aparência interior, que é de grande valor para com Deus (1Pe 3.4).

A moda do mundo escraviza os seres humanos à concupiscência do coração humano. Escraviza de forma suave porque é, em princípio, algo agradável a todos ter uma bela aparência. Não é pecado o cristão trajar-se bem. Andar limpo e bem arrumado, além de honroso a Deus, reflete também a beleza interior do qual já é possuidor. Mas, investir pesadamente na aparência corporal, física e não dar a prioridade à sua vida com Cristo, ao seu coração, à sua vida interior, é pecado porque subverte a verdadeira e única prioridade: Deus acima de todas as coisas, como disse Jesus (Mt 22.37,38).

A pressão que todos nós sofremos nos dias de hoje para que nos conformemos ao mundo, aumenta a cada instante e dentre suas "notórias prioridades" que praticamente é de grande estima a todos os que não conhecem o Senhor é justamente culto à aparência exterior. Este comentário estende-se também os que malham em academias, não que isto não traga benefícios no que tange à saúde física, também não se descarta a melhoria da estima de alguém que dia a dia vê seu corpo ser esculpido onde antes tinha uma avantajada barriga ou aqueles pneuzinhos antiestéticos. O problema é quando a atividade física torna-se um verdadeiro "culto" onde a pessoa não pensa em outra coisa ou dedica-se em demasia à atividade física. Como sempre, Deus nos adverte em Sua Palavra: "Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e dá que há de vir" (1Tm 4.8).

Podemos parafrasear o apóstolo Paulo substituindo a expressão "exercício corporal" por "moda". Veja que estará totalmente de acordo com o que abordamos acima, com as virtudes que deveríamos enfatizar, a verdadeira piedade em si, que é algo que realmente nos é proveitoso não só na vida que ora desfrutamos pela graça de Deus aqui, como na que haveremos de usufruir no futuro quando estivermos para sempre na presença bendita do Senhor Deus.

Não sejamos portanto, mulheres ou homens, escravos da moda vã e passageira. Vista-se com modéstia. Arrume-se com decência. Seja bonita, mulher de Deus, seja elegante servo do Senhor! Porém não esqueçam do que diz a eterna Palavra de Deus: "Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos (ou, escravos) dos homens" (1Co 7.23).

Convém lembrar que muitos só estão com sua estima "em alta" se estiverem trajando o último lançamento da estação. Lamento dizer que você que assim faz gastará de maneira vã seu dinheiro para sempre atualizar-se e nunca irá plenamente se satisfazer, mas sua frustração aumentará sempre porque determinado está pelo Senhor que sua satisfação, sua alegria, seu prazer, sua plenitude de vida somente será encontrada num relacionamento vivo com Jesus Cristo.

Amiga (e amigo), pense muito bem sobre isso.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Um futuro novo, não apenas agora


Cá estamos nós em 2011. Escrevo pensando sobre novas coisas. Coisas novas que sempre repovoam nossa mente no alvorecer de cada ano que se inicia. Todos nós esperamos, por exemplo, há seis meses atrás que 01 de janeiro de 2011 chegasse. Esperávamos então, pelo futuro. Pois bem, o futuro chegou, alegremo-nos pois! Entretanto, tudo a nosso redor parece continuar da mesma forma, exceto pela mudança do calendário, não é mesmo?

O crente em Jesus Cristo sabe muito bem que, glória a Deus por isso, terá um futuro de deslumbrante sublimidade que está lhe aguardando. Um futuro que será com a a certeza que a Palavra de Deus nos afiança, de coisas verdadeiramente novas. Novos céus e nova terra (Ap 21.1), novos corpos (1Co 15.50-54) sendo esta a nossa nova condição humana pelo retorno de nosso Senhor para buscar Sua Igreja (1Ts 4.13-17). E que expectativa nos enche o apóstolo Paulo o coração: "Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam" (1Co 2.9).

Sempre devemos considerar estas santas expectativas porque isto nos anima, isto nos mantém no rumo certo, faz com que ainda mais busquemos a santidade de vida. Mui facilmente nos desviamos entre as tentações da vida presente e esquecemos de nossa santa vocação (Ef 4.1). O futuro do cristão, à luz da Palavra de Deus, é verdadeiramente glorioso. Satanás tudo faz para que desanimemos, para que percamos o foco, para que passemos a olhar para as veleidades desta vida.

Desta forma, ainda mais queremos assumir o compromisso solene diante de Deus, de ser-Lhe fiel. De cuidar de nossa vida diante d'Ele para que não venhamos a chegar a comer as "bolotas dos porcos" (Lc 15.16) que o Inimigo gostaria que nos alimentássemos. Devemos aproveitar esta mudança de calendário e renovar nosso compromisso com o Senhor. Mais um ano se inicia e nos regozijamos pela bondade do Senhor em nos trazer até aqui. Verdadeiramente podemos dizer, até aqui nos ajudou o Senhor.

Projetos, expectativas, visões, planos, realizações, mudanças, estas palavras normalmente estão em nosso vocabulário neste início de jornada. Eu diria a esta altura, de que devemos nos lembrar do que está escrito em Hebreus 12.2 onde o autor diz claramente de que devemos conservar nosso olhar fixo em Jesus Cristo. Ele é o nosso alvo. Ele é a nossa meta. Ele é o próprio futuro glorioso que nos aguarda porque o encontraremos para ficar para sempre em sua amorável companhia.

Desejo a todos os irmãos então estas santas expectativas para 2011. Esteja você no início de sua vida cristã ou se já é um veterano, de toda forma, o Senhor espera que sejamos encontrados fiéis em todo tempo, para que este futuro realmente se concretize em nossa carreira.

Não se esqueça jamais que o Senhor é poderoso para fazer novas todas as coisas. Não considere seu compromisso com Ele defasado, ultrapassado. Peça-lhe que sejas renovado. E pise firme o chão do caminho estreito que Jesus disse para caminharmos.

Pense nisso. E feliz Ano Novo.