sexta-feira, 14 de maio de 2010

A milenar juventude de Israel

Israel completa hoje, 62 anos de fundação. Para mim é evidente o desígnio divino sobre este acontecimento que expressa muito bem a importância do povo judeu na economia divina. Afinal, as promessas do Senhor haverão de se cumprir na íntegra. Não entendo porque muitos cristãos, ou ignorantemente, ou por um pecaminoso preconceito, rejeitam o que a Palavra viva de Deus tão altissonantemente proclama em relação a este povo peculiar que é o povo judeu. O apóstolo Paulo, em três capítulos magistrais da Epístola aos Romanos (9, 10 e 11) declina de forma absoluta e definitiva sobre os propósitos de Deus para Israel. Lembro-me de que eu mesmo fui tentado a achar que nada mais tinha o Senhor a tratar com Seu antigo povo. Ledo engano.

Vejamos em primeiro lugar, sobre a chamada, a vocação deste povo a partir de seu patriarca maior, Abraão. Deus no cap 12 de Gênesis, chama-o e lhe faz promessas: "Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma benção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.1-3). No cap 15 lemos ainda: "Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito, até ao grande rio Eufrates" (18). E mais: "E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus" (Gn 17.7,8). E finalmente: "Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta de seus inimigos; e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz" (Gn 22.17,18).

Temos então neste conjunto de passagens, quatro promessas de bençãos a Abraão e através dele:

1- Benção pessoal - um grande nome
2- Benção territorial - vasta extensão de terra prometida à sua "semente"
3- Benção nacional - uma grande nação
4- Benção espiritual - todas as nações seriam abençoadas na semente de Abraão

A vida de Abraão é uma história da dádiva da aliança. Numa série de seis encontros com o patriarca Yaweh (o Deus da aliança): 1- Estabeleceu a aliança (Gn 12.1-3); confirmou-a (12.7); ampliou-a (13.14-17); ratificou-a num ritual (15.8-18); simbolizou-a (17.10) e acrescentou o seu juramento (22.16-18).

Portanto, as promessas de Deus estão aí para quem quiser verificar. De que forma? Através da existência contínua do povo judeu, descendentes do patriarca Abraão e lá se vão em torno de 4.000 anos! A Bíblia diz: "Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?" (Nm 23.19). A continuada existência deste povo peculiar é exatamente por causa de promessas feitas por um Deus que é perfeitamente poderoso para que tenham cumprimento.

Por isso disse o apóstolo Paulo: "Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento" (Rm 11.29). Israel, tão antiga e milenar nação, com seus sofrimentos infindáveis no decorrer de sua longa história, sua longa Diáspora. A partir da tomada de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C., (conforme profetizado por Jesus em Mt 24) os judeus espalharam-se e estabeleceram-se em vários países. A terra de Israel experimentaria a partir daí múltiplos domínios no decorrer desses dois mil anos. Após a decadência do império romano, ocorreu o domínio bizantino (313-636) e, após 638, a Palestina esteve sob domínio muçulmano. Com o advento das Cruzadas, Jerusalém conheceu o denominado reino latino (1099-1291). Em seguida ocorreu o domínio mameluco (1291-1516), por tropas de soldados turco-egípcios; e, após 1517, durante 400 anos, a terra israelita esteve sob tutela do império turco-otomano. Em 1918, os britânicos assumem a administração da Palestina até a proclamação a criação do atual estado de Israel pela ONU em 14 de maio de 1948.

Todo este relato não poderá ser compreendido, ou seja, o retorno dos judeus à sua terra prometida concedida por Yaweh como possessão perpétua (Gn 17.8) se não nos reportarmos exatamente a maravilhosa aliança estabelecida com Abraão. O profeta Isaías escreveu: "Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos" (Is 66.8). Em 20.700 quilômetros quadrados vivem hoje sete milhões de israelenses (81% judeus e 19% árabe-palestinos). Israel é um país jovem, cheio de energia, pujante em desenvolvimento, em que pese seus problemas com os palestinos, além das guerras em que se envolveu (1956, 1967 e 1973) onde pôde obter retumbantes vitórias contra inimigos árabes com armamentos e exércitos superiores.

Apenas uma coisa pode explicar a permanência do povo judeu entre os países para os quais foram dispersos e a atual ascenção da nação judaica como estado politicamente estabelecido entre as demais nações da terra: a Palavra que Deus empenhou a Abraão e manteve no decorrer de todos estes séculos. Não há a menor possibilidade de Israel ser extirpado, ser extinto, ser varrido da terra como deseja o atual governante do Irã. Está escrito: "Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim disse o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor" (Jr 31.35-37).

A Igreja do Senhor foi estabelecida entre os judeus e os gentios também foram e estão sendo alcançados pela misericórdia do Senhor. O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo está sendo pregado a todas as nações. E em Efésios 2.11-22, está declarado de forma cristalina que judeus e gentios são um só povo diante do Senhor, porque a cruz reconciliou ambos em um corpo e matou com ela as inimizades (2.16). Assim, temos bem declarada nossa postura como Corpo de Cristo que ora pela conversão de judeus ao Evangelho. Que intercede para que mais judeus sejam evangelizados e reconheçam a Yeshua HaMaschiah como seu Messias prometido.

Oremos para que as portas estejam abertas para a conversão de muitos judeus. Oremos pela nação de Israel para que tenha bons governantes, sábios e que sejam guiados por Deus na condução dos negócios deste povo aliançado com o Senhor de toda a terra. Ainda há promessas várias a serem cumpridas neste povo, inclusive sua conversão nacional ao Messias que rejeitaram conforme a palavra do profeta Zacarias (12.9-14).

Pense nisto neste aniversário da fundação do estado judeu. Amém!

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