terça-feira, 23 de março de 2010

Caso Isabella Nardoni: Reflexões


Começou nesta segunda, dia 22, o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Um julgamento aguardado com bastante expectativa. Toda a sociedade brasileira deseja saber o que realmente aconteceu naquela noite de 2008. Todo o aparato técnico-científico da polícia do estado de São Paulo foi mobilizado a fim de tentar a elucidação do caso. Isabella Nardoni foi morta pelo casal ou uma terceira pessoa esteve no apartamento no intervalo quando o casal foi buscar os outros filhos no carro na garagem do prédio? É o que todos nós desejamos saber.

Gostaria de abordar com toda isenção o fato de que obviamente estamos diante de um caso que envolveu a morte brutal de uma criança. Repudiamos com veemência o que aconteceu. Mas, o que teria levado a fato tão odioso, tão desprovido de humanidade? Sabe-se que Anna Carolina Jatobá teria ciúmes da menina Isabela e que ela e Alexandre Nardoni brigavam muito. Num acesso de crises de ciúmes de Anna ou em meio a uma briga com Alexandre, ou os dois fatores juntamente, levaram à série de agressões em Isabela conforme constatado pelas investigações e culminou em sua queda da janela do apartamento, sendo, de acordo com a perícia, tal ato realizado por seu pai, Alexandre Nardoni.

Todos desejamos que a justiça seja feita. Todos querem que o(s) culpado(s) seja(m) condenado(s) exemplarmente. Mas a cautela é necessária porque no Brasil, muitas vezes e por causa de uma mídia que evoca o sensacionalismo, os principais suspeitos do homicídio são pré-condenados antes mesmo do resultado final das investigações ou da realização do julgamento. A própria delegada que conduziu o caso, afirmou que tem 100% de certeza de que o casal Nardoni é mesmo culpado.

Nós cristãos, mais do que qualquer outra pessoa, devemos, a exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, usar de misericórdia para com todos (Sl 145.8,9; Mt 9.13). Deus usa de misericórdia para com toda a humanidade pecadora e nós como Seus filhos, procedemos da mesma maneira. Não é coisa agradável ao Senhor de toda a terra, execrarmos as pessoas pelas quais Ele amou e morreu para resgatá-las. Tanto o culpado como o inocente,todos são alvos do amor incomensurável de Deus. A mídia promove um verdadeiro show em torno do caso e muitas vezes deixa transparecer nas entrelinhas a culpa evidente dos principais acusados. A condenação é antecipada. Irmãos, não convêm que ajamos assim também.

A verdade certamente aparecerá, seu triunfo é certo. Mesmo sendo a justiça dos homens falha e corrupta, constituindo-se assim em injustiça, sabemos que a justiça divina é inexorável. É correta e certa. É imparcial. Creio que nossa postura, enquanto cidadãos do Reino, mas igualmente cidadãos do país chamado Brasil, é de equilíbrio e serenidade. Mas também, nesta dupla cidadania, de amor e compaixão por todas as pessoas sem distinções.

Que o Senhor tenha misericórdia de todos. Não só do casal Nardoni e de seus familiares, mas também da mãe de Isabella, das autoridades envolvidas no caso, enfim, nosso dever é cobrir a todos com nossas orações incessantes (1 Ts 5.17).

Olhemos para este caso, como tantos outros semelhantes, com o olhar terno que Jesus dispensaria a todos. Não acusaremos, mas também não deveremos permitir que a justiça seja torcida. Culpado ou culpados devem ser condenados. A Bíblia mesma diz que Deus não toma o culpado por inocente (Êx 34.7; Nm 14.18).

O mundo tem sua própria maneira de pensar e agir. E muitas vezes, esta forma de proceder não se coaduna com a verdade da Palavra de Deus. Portanto, devemos ter o devido cuidado, como crentes, com nossa própria postura pessoal. O profeta Malaquias afirma categoricamente: Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve” (Ml 3.18).

Pense nisto.

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