Honduras, crise e a solução esperada

Causa espécie a crise na embaixada brasileira em Honduras. Afinal, qual é o status do presidente deposto Manuel Zelaya? É asilado político? É convidado ilustre? É hóspede? Qualquer que seja o desfecho do imbróglio entre Zelaya, o governo que o apeou do poder e o governo brasileiro, ficará, como sempre demonstrada a fraqueza e a instabilidade dos gobiernos da América Central. Nicarágua e El Salvador, por exemplo, já tiveram seus conflitos e raros são os momentos na história de longa convivência desta região com governos estáveis e progressistas.

Uma missão da OEA ao que parece, após recusa inicial, será finalmente aceita pelo presidente golpista Roberto Micheletti para que vá até Tegucigalpa para analisar de perto a questão e tentar uma solução pacífica para a crise.

Verdade é que a presença de Zelaya na embaixada brasileira em Tegucigalpa torna-se a cada dia mais incômoda para o governo brasileiro. O presidente deposto apostava em um amplo apoio do governo brasileiro e da comunidade internacional mas o assunto é mais complexo que aparenta ser.

Sabe-se que Manuel Zelaya foi deposto porque aparentemente desejava, por meio de manobras políticas, alterar o texto constitucional a fim de que pudesse se reeleger. Sim, parece que a síndrome da perpetuidade no poder insiste em permanecer nas mentes e nos corações de determinados caudilhos (vide Chávez)!

É nosso desejo que, mesmo assim Zelaya retorne à presidência porque afinal ele é o presidente eleito pelo povo! Sendo assim, a democracia deve ter lugar e vez em Honduras, um país pobre e que sofre com problemas sociais, como muitos dos países da região.

É preciso que tanto o presidente deposto, como o presidente golpista Roberto Micheletti, e o congresso de Honduras sentem-se à mesa intermediados ou não pelos Estados Unidos, ou a OEA ou mesmo a ONU para resolverem esta crise que só contribuirá, em seu eventual alongamento, para que o povo hondurenho continue sofrendo com o estado de sítio a que devem submeter-se e que causa inevitável medo, transtorno, insegurança e até episódios de violência.

Como povo de Deus, devemos orar por Honduras. Orar para que haja um desfecho pacífico e que as partes possam chegar a um acordo em que o povo hondurenho possa ser o principal beneficiário. Pensemos nisto e que Deus abençoe a nação hondurenha.